Como o sentimento de pena por alguém pode ser revelador
A maneira como lidamos com os outros enquanto enfrentam seus problemas pode revelar questões profundas e complexas sobre nós mesmos
Sentimento-base da humanidade, o amor – em suas diferentes e variadas representações – é o que nos permite ir para a vida e caminhar pelo mundo, seja dentro de nossas famílias, nas amizades, relacionamentos, no trabalho ou na sociedade.
O amor permeia toda a nossa existência e, por sermos fiéis a esse amor, muitas vezes acabamos nos colocando em situações que trazem dor para o nosso destino. Olhamos à nossa volta e nos deparamos com um familiar, um amigo muito amado ou um colega de trabalho querido em sofrimento. Nosso primeiro impulso é sentir pena, o segundo é tentar resolver a situação no lugar da pessoa.
Para algumas pessoas, esse gesto pode parecer nobre, mas, sob o olhar das constelações sistêmicas, revela alguns problemas.
Bert Hellinger, no livro O Amor do Espírito, afirma: “Pena é o que há de mais perigoso. Isto é perigoso quando não suporto a dor do outro e quero ajudá-lo por esta razão. Neste momento interfiro na sua alma. Nesse momento torno-me fraco e necessitado. Quando, no entanto, suporto a sua dor com respeito, dedico-me a ele a partir de outra dimensão. Essa dimensão, ao contrário da pena, é uma dimensão de força”.
Medo, pertencimento e negação
De acordo com a Lei do Pertencimento, definida por Hellinger como uma das três leis básicas do amor, “todo membro de uma família tem o mesmo direito de pertencer”, ou seja, o vínculo com nossa própria família é nosso desejo mais profundo. E é no medo de perder esse lugar, de não mais pertencer, que reagimos de forma precipitada e equivocada diante do sofrimento de quem amamos.
Quando sentimos pena de alguém, significa que não vemos o outro como um ser capaz de suportar seu próprio destino, o que o enfraquece e tira sua dignidade. Dessa forma, negamos a ele as transformações, a oportunidade de aprender a resolver seus problemas e de lidar com suas emoções, negamos os aprendizados, o crescimento e a maturidade que chegam junto com os problemas que a vida nos manda. Queremos negar as dores e excluir o sofrimento do seu pertencimento à vida.
Trocando a pena pela compaixão
O sentimento de pena é considerado uma virtude, mas só porque é confundido com a compaixão. Este sim é um sentimento humano e benéfico.
Para ajudar, de fato, quem amamos, devemos renunciar a pena, colocando-nos à disposição do nosso ente amado sem julgamentos e sem a intenção de viver a vida no lugar dele.
Isso é tomar a vida, aceitá-la como é, concordar com o nosso próprio destino, destruindo todo e qualquer papel de vítima. O sofrimento compõe a força, nos torna fortes para que sigamos em frente, foi o sofrimento que permitiu que nossos ancestrais sobrevivessem e a vida seguisse adiante até chegar a nós.
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Por Instituto Vidhas Sistêmicas