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Relacionamentos amorosos: como a mãe e o pai interferem nas experiências dos filhos

A vivência em família é um dos fatores que mais influencia o processo de formação da personalidade de uma pessoa. Não só a relação que o filho estabelece com os pais, mas também a forma como os pais estabelecem a relação entre si.

É comum os adultos acharem que para serem bons pais, basta serem dedicados aos filhos, mas a verdade não é bem essa porque antes de serem pais, são um casal. Essa realidade deve ser observada para respeitar a Lei da Hierarquia, na qual Bert Hellinger afirma que “quem entrou primeiro em um sistema tem autoridade sobre quem entrou depois” (1).

Nesse caso, o vínculo do casal tem prioridade sobre o vínculo com os filhos. Se homem e mulher esquecem seus papéis para serem apenas pai e mãe, o casamento enfraquece e o amor não flui plenamente. A relação conjugal é a base e a estrutura da família e essa vivência de casal também servirá de referência para a criança aprender a se relacionar com o mundo, o que pode condicionar ou influenciar suas ações muitos anos depois.

Quando a criança percebe seus pais em uma relação disfuncional, onde existe agressividade ou indiferença, por exemplo, ela aprende que é assim que são os relacionamentos. Se o ambiente familiar tem harmonia e afeto, a tendência é que, no futuro, essa criança faça escolhas mais saudáveis a respeito de seus relacionamentos.

O desejo de formar uma nova família

O psicólogo espanhol Joan Garriga Bacardi, estudioso e autor de livros de constelações sistêmicas, afirma que quando somos crianças, experimentamos uma grande felicidade ao sentir que pertencemos a nossa família e que vivemos essa sensação de pertencimento como benção em nosso coração, até crescermos e nos tornarmos adultos. “Continuamos pertencendo a nossa família de origem, mas já não experimentamos a doce sensação de pertencer a nossos pais. Passamos a ter a necessidade de pertencer com outras pessoas, especialmente um(a) parceiro(a).” (2)

A busca por esse(a) parceiro(a) pode trazer escolhas inconscientes – influenciadas pelo que vimos e vivemos em nossas famílias. Não podemos nos esquecer, no entanto, que a pessoa que escolhemos para dividir a vida também vem com essa bagagem.

Então o namoro/noivado/casamento não é uma relação que se estabelece somente entre duas pessoas, é necessário observar também a família do outro, é preciso tomar a família de origem do outro e aceitá-la como ela é, lembrando que aceitar é diferente de concordar.

E é justamente aí que consiste a riqueza dos relacionamentos, em termos a oportunidade de aprender a conviver com o que é diferente. Quando juntamos as diferenças, temos um todo inteiro interessante e bom, propício para fazer a relação se equilibrar e dar certo.

“É suficiente ter um bom parceiro, não precisa ser perfeito, pois o que é perfeito não se desenvolve, já está pronto. A imperfeição é estimulante e permite às duas pessoas crescerem juntas” (3), defende Bert Hellinger.

Partindo disso, podemos dizer que tudo é relativo e subjetivo em uma relação de casal, que não existe fórmula ou um modelo a seguir, que a relação conjugal nunca está pronta, ela é um caminho para nosso desenvolvimento enquanto humanos e também o lugar onde a vida se faz possível.

Se você encontra dificuldades para construir uma história conjugal sem repetir os padrões de erros de seus familiares e quer a oportunidade de se libertar dos traumas que fizeram parte da história dos seus antepassados, criando uma nova realidade, as constelações sistêmicas podem te ajudar.

Denisval Pereira
Instituto Vidhas

Denisval é formado em psicologia clínica, com mestrado em psicologia da saúde, hipnoterapeuta e logoterapeuta. Facilitador, palestrante e ministrante de workshops e cursos de formação em Constelação Familiar pelo Instituto Vidhas, onde é também Diretor. Fez Treinamento e Aprofundamento em Constelações Familiares pelo IBHBC e na Escola Hellinger Sciencia em SP, Alemanha e México. É presidente do Instituto Milton H. Erickson de Campo Grande e região MS.

Referências
(1) Ordens do Amor, Bert Hellinger.
(2) O Amor que nos faz bem, Joan Garriga
(3) Para que o Amor dê certo, Bert Hellinger.